quarta-feira, 15 de abril de 2020

As Aventuras de Pinóquio - História de um Boneco INTRODUÇÃO

Porquê esta conto?

Sendo um conto do conhecimento global, a sua interpretação está longe de ser uma realidade, com esta publicação do texto integral, a partir de uma tradução (com tudo o que implica a tradução) do original.
Talvez há mais de duas décadas, quando comecei a abordar este conto e outros clássicos com os alunos em sede de turma primeiro e posteriormente em bibliotecas escolares, deparei-me com uma realidade que, ao alertar para..., foi uma descoberta para os alunos: aversão deles não era a versão do original. A versão deles era, na larguíssima maioria, era a da Disney, que para além de suprimir certa partes dos contos, realça outros, por vezes quase sem significância, passando também por “resumos muito livres” o seu conteúdo.
As Aventuras de Pinóquio – História de um Boneco, é conhecida por: quem mente, por cada mentira o nariz cresce, será esse o essencial do conteúdo do conto? Ou será uma interpretação superficial, linear, de interesse...?
Quantos de nós, leitores, conhece quem escreveu, quando, onde e como foi publicado?
A isso é fácil de responder de forma ordenada: Carlo Collodi, em 1881, num semanário italiano, por capítulos, todas as semanas, conforme é referenciado, em baixo, no Posfácio de Ítalo Calvino, desta edição comemorativa na altura do centenário de Pinóquio.
            Numa conferência na F. C. Gulbenkian, Alberto Mangual, explanou uma intervenção/dissertação, com o título “Como Pinónio aprendeu a ler”. Mais tarde, tive a oportunidade de ler e reler essa intervenção, numa edição com o título: Pinnocchio & Robinson – pour une éthique de la lectura (L’Escampette Éditions - Essai, não traduzida para português, pelo menos que eu tenha conhecimento),... comprometeu-me a uma reflecção e interesse pelo tema da leitura e releitura, e cada vez que volta a reler o conto para e com os alunos, as descobertas são sucedem-se, as minhas e as deles. Foi assim com as aventuras do bonecos, alguns se reviram-se nas situações, descobriram que não eram mentiras, eram... muita coisa que não são lineares,...
Assim, muita coisa acontece quando se começa a ler, reler, a interpretar, e por outro lado a leitura partilhada, o de fazer uma personagem, os diálogos, ora eu, era tu..., o de fazer de narrador,... prazeres da leitura!
Esta a razão desta publicação,  numa altura que atravessamos novos tempos,
e que vá mudar muita coisa...
As aventuras de Pinóquio
História de um boneco

Carlo Collodi
Pinóquio tem cento e trinta e nove anos anos. A frase é estranha. Em dois sentidos: por um lado, não conseguimos imaginar um Pinóquio centenário; por outro, é natural pensarmos que Pinóquio sempre existiu; não imaginamos o mundo sem Pinóquio. Contudo, a exatidão bibliográfica exige que Pinóquio tenha começado a existir ao mesmo tempo que um novo semanário, o “Giornale per i Bambini (Jornal para as Crianças), dirigido por Ferdinando Martini, que precisamente no seu primeiro número (Roma, 7 de Julho de 1881), publicou o primeiro episódio de “A História de um Boneco, de Carlo Collodi.
.../...                                                                                                                                                               Do Posfácio “Mas, Collodi não existe” de Italo Calvino
Tradução
Margarida Piriquito
(com ilustrações de Paula Rego)
Editora Cavalo de Ferro (1ª edição – setembro de 2004) Escrito ao abrigo do acordo ortográfico de 1999

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