quinta-feira, 30 de abril de 2020

EXTRAS # 1 - "7 Dias com os Media 2020 sem sair de casa" organização do Grupo Informal de Literacia Mediática | RBE + PNL + RTP e outros mais...

7 Dias com os Media sem sair de casa - Apoios - Antena1 - RTP


Todos os que se quiserem associar aos 7 Dias com os Media 2020 sem sair de casa podem aderir a algum ou vários destes desafios. Ou, se preferirem, criar atividades sobre aqueles ou quaisquer outros temas que se enquadrem nos objetivos referidos no início.

O fundamental é mesmo aderir à iniciativa! E sem sair de casa, como é conveniente nesta fase da nossa vida!
Pedimos só que procedam ao respetivo Registo.

TEATRO # 1 - "O sopro" de Tiago Rodrigues | Teatro Nacional D. Maria II

SOPRO

texto e encenação Tiago Rodrigues

com Beatriz Maia, Cristina Vidal, Isabel Abreu, Marco Mendonça, Romeu Costa, Sara Barros Leitão
elenco original Beatriz Brás, Cristina Vidal, Isabel Abreu, João Pedro Vaz, Sofia Dias, Vítor Roriz
cenografia e desenho de luz Thomas Walgrave
figurinos Aldina Jesus
sonoplastia Pedro Costa
assistente de encenação Catarina Rôlo Salgueiro
operação de luz Daniel Varela
produção executiva Rita Forjaz
assistência de produção Joana Costa Santos

produção TNDM II


A premissa é o quanto nos basta para captar a atenção e aguçar a curiosidade: Cristina Vidal, ponto há quase 40 anos, sobe ao palco. À vista de todos, continua a não ser mais que isso: um ponto, a profissão em vias de extinção que se presta a ajudar os actores a ultrapassarem as suas brancas, no texto e nas marcações. Mas os cinco corpos que com ela pisam o palco estão, desta vez, à sua mercê. Estão lá para contar a sua história. Cristina irá vaguear entre eles, soprando cada uma das frases de maneira praticamente inaudível, fornecendo conteúdos que os actores se encarregam de comunicar, soprar mais alto.

DANÇA # 1 - "Palcos da diversidade" | Plural_Companhia de Dança


PALCOS DA DIVERSIDADE // 20 Anos nos Palcos da Diversidade # Plural_Companhia de Dança



A Fundação LIGA assinala a celebração dos 20 anos de percurso desta companhia de dança inclusiva pioneira em Portugal, com a estreia do espetáculo “Oito“ desenvolvido em parceria com a Escola Superior de Dança, reunindo bailarinos com e sem deficiência num programa partilhado com a apresentação do dueto “Neste lugar, à mesma hora”. Juntos pela dança nos palcos da diversidade. Palcos da Diversidade, integrou ainda a realização de um ciclo de Encontros/Workshops de sensibilização à Diversidade Humana através da Dança dirigidos a jovens do ensino secundário e um Workshop de Introdução à Dança Inclusiva dirigido a estudantes e profissionais da Dança e de outras áreas, realizado na Escola Superior de Dança.

PINÓQUIO # 6 - Capitulo VI de Carlo Collodi (publicado em 1881 - Itália)

VI

Pinóquio deixa-se dormir com os pés em cima da braseira e na manhã seguinte 
acorda com eles todos queimados.

     Por azar estava uma desagradável noite de Inverno. Trovejava com intensidade, relampejava como se o céu se incendiasse, e soprava um vento frio e forte que assobiava com fúria e levantava uma enorme nuvem de poeira, fazendo ranger e chiar todas as árvores do campo.
    Pinóquio tinha muito medo dos trovões e dos relâmpagos; a fome, porém, era mais forte do que o medo; por isso encostou a porta de casa e, correndo velozmente, numa centena de saltos chegou à aldeia, com a língua de fora e a respiração ofegante como um cão de caça.
    Mas encontrou tudo escuro e tudo deserto. As lojas estavam fechadas, as portas e as janelas das casas estavam fechadas, e na rua não se via nem sequer um cão. Parecia a terra dos mortos.
    Então Pinóquio, dominado pelo desespero e pela fome, agarrou-se à sineta de uma porta e começou a tocá-la sem parar, dizendo a si mesmo:
    “Alguém se há-de assomar.”
   De facto, assomou-se um velho com o barrete de dormir na cabeça, que lhe gritou irritado:
   - O que queres tu a esta hora?
   - Não faz o favor de me dar um bocadinho de pão?
   - Espera aí que eu já volto – respondeu o velho, pensando que tinha de dar uma lição a um daqueles rapazolas impertinentes que de noite se divertem a tocar às sinetas das casas, para incomodar as pessoas de bem que dormem tranquilamente.
    Meio minuto depois, a janela abriu-se de novo e a voz do mesmo velhote gritou Pinóquio:
   - Põe-te aqui por baixo e apara o chapéu.
   Pinóquio tirou logo seu chapelito; mas, quando fazia o gesto de aparar, sentiu chover-lhe em cima uma grande bacia de água que o regou todo da cabeça aos pés, com se fosse um vaso de gerânios murchos.
   Voltou para casa ensopado como um pinto e esgotado pelo cansaço e pela fome; e como já não tinha forças para se aguentar em pé, sentou-se, apoiando os pés encharcados e enlameados na braseira cheia de brasas incandescentes.
  E ali adormeceu; e enquanto dormia os seus pés de madeira pegaram fogo e, pouco a pouco, fizeram-se em carvão e depois em cinza.
   E Pinóquio continuava a dormir e a ressonar, como se os pés não lhe pertencessem. Finalmente, ao romper do dia acordou porque alguém bateu à porta.
   - Quem é? – perguntou, bocejando e esfregando os olhos.
   - Sou eu – respondeu uma voz.
   Aquela voz era a voz de Gepeto.

"As Aventuras de Pinóquio - História de um Boneco" Ed. Cavalo de Ferroa, 2004  |  Tradução de Margarida Periquito  (escrito de acordo com a antiga ortografia)
Se detectarem algum erro ou gralha, agradecemos que nos enviem um mail a alertar.

LINGUA GESTUAL PORTUGUESA # 3 - "O beijo da palavrinha" de Mia Couto | história narrada ao mesmo tempo por Isabél Zuaa e Luís Pereira (LGP) | ENSINA RTP

O Beijo da Palavrinha - Livro - WOOK
O Beijo da Palavrinha é uma história de Mia Couto narrada aqui, ao mesmo tempo, por Isabél Zuaa, em Português, e Luís Pereira, em Língua Gestual Portuguesa.

Conta um Conto foi buscar histórias aos livros para as virar de pernas para o ar. Para que tu as pudesses ver e ouvir melhor. Com pessoas e desenhos feitos à mão, que aparecem nos sítios mais inesperados e, às vezes, até se mexem e tentam falar, os atrevidos. São contos fantásticos que põem a imaginação a crescer dentro de ti. Tudo pode acontecer. Experimenta ver.

https://ensina.rtp.pt/artigo/o-beijo-da-palavrinha/

AULA DE LGP # 2 - "Dias da semana" pelo Tiago




Aula de LGP # 2 
Dias da Semana
pelo TIAGO

LENDA # 7 - A caldeira de Pero Botelho || Povoação

Viale Moutinho - Lendas de Portugal | Diário de Notícias 2003

POEMA # 7 - "Eu cantei já, e agora" de Luís de Camões

Calendário | Poemário
Ed. Assírio & Alvim

quarta-feira, 29 de abril de 2020

MUSEUS # 1 - Andersen Museum | Hans Christian Andersen

Visita Virtual ao Museu 
de Hans Cristian Andersen 
em Odense - Dinamarca

No passado dia 2 de abril comemorou-se o Dia Mundial do Livro Infantil
data  em que se evoca anualmente a data de nascimento do autor da Sereiazinha

CINEMA # 1 - The Kid | O garoto de Charlie Chaplin




Mitos e Musas do Cinema – Charles Chaplin – Blog do MesquitaDibujo para colorear Charlie Chaplin | Charlie chaplin, Charlin ...
THE KID - O GAROTO 
de e com CHARLIE CHAPLIN
Um filme de 1921

PINÓQUIO # 5 - Capitulo V de Carlo Collodi (publicado em 1881 - Itália)

V

Pinóquio tem fome e procura um ovo para fazer uma omelete; mas no último instante a omeleta voa pela janela.

           Entretanto, começou a fazer-se noite, e Pinóquio, lembrando-se de que não tinha comido nada, sentiu um roncozinho no estômago que parecia significar apetite.
            Mas o apetite, nos miúdos, aumenta depressa, e poucos minutos depois o apetite transformou-se em fome e a fome, num abrir e fechar de olhos, converteu-se em fome canina, uma fome de se cortar à faca.
            O pobre Pinóquio correu logo para a lareira onde estava uma panela a ferver, e fez o gesto de destapá-la para ver o que estava lá dentro; mas a panela estava pintada na parede. Imaginem como ele ficou. O seu nariz, que já era comprido, cresceu pelo menos quatro dedos.
            Depois começou a correr pela casa e remexer em todas as gavetas e por todos os cantos, á procura de um bocado de pão, nem que fosse um pedacinho de pão duro, uma côdea, um osso deixado pelo cão, um resto de papas de milho bolorentas, uma espinha de peixe, um caroço de cereja, enfim, qualquer coisa que se mastigasse; mas não encontrou nada, um nada completo, absolutamente nada.
            Entretanto a fome aumentava cada vez mais e o pobre Pinóquio não tinha outro alívio que não fosse bocejar, e dava bocejos tão grandes que às vezes a boca lhe chagava até às orelhas. Depois de ter bocejado, cuspia, e sentia como se o estômago lhe saísse pela boca.
            Então, chorando desesperado, dizia:
            - O grilo-Falante tinha razão. Fiz mal em revolta-me contra o meu pai e em fugir de casa... Se ele aqui estivesse, agora eu não estaria para aqui a morrer de bocejar. Ai, que doença tão terrível que é a fome!
            Nesse instante pareceu-lhe ver no monte do lixo qualquer coisa redonda e branca que parecia mesmo um ovo de galinha. Num ápice, deu um salto e lançou-se sobre ele. Era mesmo um ovo.
            A alegria de Pinóquio é impossível de descrever: é preciso imaginá-la. Quase convencido de que aquilo não passava de um sonho, fazia girar o ovo entre as mãos e apalpava-o e beijava-o, e enquanto beijava dizia:
            - E agora como é que vou cozinhá-lo? Faço uma omeleta... Não, é melhor escalfá-lo... Ou não ficaria mais saboroso se o fritasse na frigideira? E se o deixasse cozer pouco, à maneira de ovo quente?... Não, o modo mais rápido de o preparar é fazê-lo escalfado ou estrelado: a vontade que tenho de o comer é muito grande.
            Dito e feito: pôs uma frigideira em cima de uma braseira cheia de brasas, deitou na frigideira um pouco de água em vez de azeite ou de manteiga, e quando a água começou a fumear, tac!... partiu a casca do ovo e fez o gesto de o deixar cair lá para dentro.
            Porém, em vez da clara e da gema, saiu de lá um pintainho muito alegre e cerimonioso que, fazendo uma linda vénia, disse:
            - Muito agradecido, senhor Pinóquio, por me ter poupado trabalho de romper a casca. Até à vista, passe bem e dê cumprimentos lá em casa.
            Dito isto, estendeu as asas e, atravessando a janela que estava aberta, afastou-se voando até se perder de vista.
            O infeliz boneco ficou ali como que enfeitiçado, com os olhos fixos, a boca aberta e as cascas do ovo na mão. Depois de ter recuperado daquele espanto inicial, começou a chorar, a berrar, a bater com os pés no chão com o desespero, e enquanto chorava dizia:
            - Não há dúvida, o Grilo-Falante tinha razão. Se eu não tivesse fugido de casa e se o meu pai aqui estivesse, agora não estava a morrer de fome. Ai, que doença tão terrível que é a fome!
            E como o estômago lhe continuava a rosnar cada vez mais e não sabia como sossega-lo, pensou em sair de casa e dar uma escapadela até à aldeia vizinha, na esperança de encontrar alguma pessoa caridosa que fizesse a esmola de lhe dar um bocadinho de pão.


"As Aventuras de Pinóquio - História de um Boneco" Ed. Cavalo de Ferroa, 2004  |  Tradução de Margarida Periquito  (escrito de acordo com a antiga ortografia)
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PIMPOLHOS # 6 - "A Semente" de Tim Bowley | para os + novos, uma história contada por Helena Caldeira (salinha online do Teatro Nacional D. Maria II)

A Semente
de Tim Bowley
por
Helena Caldeira
Lobo Mau Produções - HELENA CALDEIRA
Cultural Kids - Apoios
Salinha ONLINE - Teatro D. Maria II

LINGUA GESTUAL PORTUGUESA # 2 - "O tesouro" de Manuel António Pina | história narrada ao mesmo tempo por Carla Galvão e Nuno Costa (LGP) | ENSINA RTP

RTP - ENSINA
Carla Galvão: Lembro-me de as pessoas dizerem ao meu pai: 'vai ...
Carla Galvão

O Tesouro é uma história de Manuel António Pina narrada ao mesmo tempo, por Carla Galvão, em Português, e Nuno Costa, em Língua Gestual Portuguesa.
Conta um Conto foi buscar histórias aos livros para as virar de pernas para o ar. Para que tu as pudesses ver e ouvir melhor. Com pessoas e desenhos feitos à mão, que aparecem nos sítios mais inesperados e, às vezes, até se mexem e tentam falar, os atrevidos. São contos fantásticos que põem a imaginação a crescer dentro de ti. Tudo pode acontecer. Experimenta ver.
https://ensina.rtp.pt/artigo/o-tesouro/




LENDA # 6 - D. Fuas Roupinho || Nazaré

Viale Moutinho - Lendas de Portugal | Diário de Notícias 2003

POEMA # 6 - "O homem é um castelo feito no ar..." de Teixeira de Pascoes

Calendário | Poemário
Ed. Assírio e Alvim

terça-feira, 28 de abril de 2020

LIVROS DIGITAIS # 1 - LISBOA



PINÓQUIO # 4 - Capitulo IV de Carlo Collodi (publicado em 1881 - Itália)

IV

O episódio do Pinóquio com o Grilo-Falante, onde se vê como os meninos maus não gostam de ser corrigidos por quem sabe mais do que eles.

   Digo-vos pois, meus amigos, que enquanto o pobre Gepeto era levado para a prisão sem ter feito mal nenhum, o maroto do Pinóquio, depois de se livrar das garras do guarda, corria a tal velocidade através dos campos para chegar a casa mais depressa; e, com toda aquela fúria de correr, saltava penhascos altíssimos, sebes de silvas e fossos cheios de água, tal como fariam um cabrito ou uma lebre perseguidos pelos caçadores.
  Quando chegou diante da casa, encontrou a porta da rua entreaberta. Emperrou-a, entrou e, trancando-a à pressa, atirou-se para o chão onde ficou sentado, soltando um grande suspiro de satisfação.
    Mas a satisfação durou pouca, porque ouviu alguém ali dentro que fez:
    - Cri-cri-cri.
    - Quem me chama? – disse Pinóquio, cheio de medo.
    - Sou eu.
   Pinóquio voltou-se, e viu um Grilo muito grande que subia lentamente pela parede.
   - Diz-me, Grilo, quem és tu?
   - Sou o Grilo-Falante, e moro nesta casa há mais de cem anos.
   - Mas esta casa agora é minha – disse Pinóquio. – E se me quiseres fazer um favor, vai-te já embora sem querer olhares para trás.
   - Não me vou embora – respondeu o Grilo -, sem primeiro te dizer uma grande verdade.
   - Então diz e despacha-te.
   - Ai dos meninos que se revoltarem contra os pais e que têm o atrevimento de fugir da casa paterna.     
 Nunca encontrarão o bem deste mundo, e mais tarde ou mais cedo hão-de arrepender-se amargamente.
   - Canta por aí, Grilo, como quiseres e te apetecer; o que eu sei é que amanhã ao nascer do dia quero ir-me embora daqui, porque se aqui ficar vai-me acontecer o mesmo que acontece a todos os outros miúdos, ou seja, mandam-me para a escola, e a bem ou a mal terei de estudar; e eu, aqui para nós, não tenho nem um bocadinho de vontade de estudar, e divirto-me mais a correr atrás das borboletas e a subir às árvores para tirar os passarinhos dos ninhos.
   - Grande palerma! Então não sabes que, se assim fizeres, quando fores grande não passarás de um burro e todos farão pouco de ti?
   - Cala-te, Grilo agoirento! – gritou Pinóquio.
   Mas o Grilo, que era paciente e filosófico, em vez de levar a mal tal insolência continuou no mesmo tom de voz:
   - E se não te agrada ir à escola, porque é que não aprendes ao menos um ofício, para poderes ganhar honestamente um pedaço de pão?
  - Queres que te diga? – respondeu Pinóquio, que começava a perder a paciência. – Entre todos os ofícios do mundo, há só um de que eu gosto.
   - E qual é ele?
   - O de comer, beber, dormir, divertir-me e levar a vida de vadio de manhã à noite.
  - Para tua orientação – disse o Grilo-Falante com a calma habitual -, todos os que exercem esse ofício acabam quase sempre no hospital ou na cadeia.
   - Toma cuidado, Grilaço agoirento... se me chega a mostarda ao nariz, não sei o que te faço.
   - Pobre Pinóquio, fazes-me mesmo pena.
   - Porque é que te faço pena?
   - Porque és um boneco, e o pior é que tens uma cabeça de pau.
  Ao ouvir estas últimas palavras, Pinóquio enfureceu-se e, pegando num martelo de madeira que estava sobre o banco, lançou-o contra o Grilo-Falante.
   Se calhar nem sequer pensava que o ia atingir; mas infelizmente atingiu-o e precisamente na cabeça, de maneira que o pobre Grilo só teve fôlego para fazer cri-cri-cri e ficou ali morto, colado à parede.


"As Aventuras de Pinóquio - História de um Boneco" Ed. Cavalo de Ferroa, 2004  |  Tradução de Margarida Periquito  (escrito de acordo com a antiga ortografia)
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